Fronteiras Reforçadas: Argentina Planeja Muro e Novas Barreiras para Combater Crimes na Região

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A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou na última terça-feira, 28 de janeiro, que o governo de Javier Milei irá reforçar a segurança nas fronteiras do país, incluindo a linha limítrofe com o Brasil. A medida surge em meio a uma polêmica envolvendo a construção de um muro na fronteira com a Bolívia, um projeto semelhante ao que os Estados Unidos tentaram implementar com o México.

Bullrich afirmou que, além da barreira planejada para a Bolívia, o governo argentino pretende expandir essa política para outras regiões fronteiriças, incluindo o estado de Misiones, que faz limite com o Brasil. A ministra explicou à rádio Mitre que a área de Misiones é conhecida por ser um ponto de entrada em território argentino por diversos caminhos, sendo também palco de crimes como assassinatos e atividades ilegais.

No dia 24 de janeiro, a cidade de Águas Blancas, na província de Salta, anunciou a intenção de construir uma cerca de 200 metros de extensão na fronteira com a Bolívia, em colaboração com o governo de Milei. O objetivo é impedir travessias ilegais, bem como o contrabando de produtos e drogas, o que é uma preocupação crescente para o país. O projeto é comparado ao muro entre os EUA e o México, defendido pelo ex-presidente Donald Trump, o que tem gerado controvérsia, especialmente no contexto das relações diplomáticas com os países vizinhos.

Adrián Zigarán, interventor da cidade de Águas Blancas, detalhou que a cerca terá 2,50 metros de altura e será construída entre a aduana argentina e o terminal de ônibus da cidade. Ela será instalada antes do acesso ao rio Bermejo, uma fronteira natural que separa a Argentina da Bolívia. O rio é uma rota conhecida para o tráfico de drogas e também para o transporte de mercadorias contrabandeadas. A construção da cerca visa impedir que pessoas entrem na cidade sem passar pelos controles migratórios estabelecidos, o que se tornou um problema recorrente em áreas como a de Águas Blancas.

Zigarán destacou que há uma alta circulação de produtos ilegais, como eletrodomésticos importados de forma irregular da Bolívia, que estão prejudicando o comércio local e a economia da região. Para ele, essa medida é essencial para controlar o fluxo de mercadorias ilegais que chegam ao norte da Argentina, principalmente produtos eletrônicos, que são frequentemente transportados em grandes quantidades.

A iniciativa gerou reações negativas por parte da Bolívia. O Ministério das Relações Exteriores boliviano expressou "preocupação" com o anúncio, argumentando que questões fronteiriças devem ser tratadas por meio de diálogo bilateral e que medidas unilaterais podem prejudicar as boas relações entre os dois países. A Bolívia enfatizou que a convivência pacífica e o respeito mútuo entre os povos são fundamentais para manter a estabilidade na região.

Este movimento faz parte do "Plano Güemes", um conjunto de ações lançado pelo governo de Milei em dezembro de 2024 para combater crimes federais, com foco especial no tráfico de drogas. A fronteira da província de Salta, que está a cerca de 1.600 km da capital Buenos Aires, tem sido um dos principais focos de atuação devido à crescente presença de atividades ilícitas.

Além do contrabando e do tráfico de drogas, as autoridades argentinas também se preocupam com o aumento das travessias ilegais, que são comuns em algumas áreas de difícil vigilância. O governo argentino está investindo em medidas de segurança para conter esses problemas, e o reforço nas fronteiras é parte dessa estratégia mais ampla de controle e repressão ao crime organizado.

Em termos de impacto, a construção da cerca na fronteira com a Bolívia é uma das várias ações que fazem parte de um esforço mais amplo para melhorar a segurança nas regiões de fronteira da Argentina, onde, além do tráfico de drogas, também se observam outras atividades ilícitas, como o tráfico de pessoas e o contrabando de mercadorias.

O reforço nas fronteiras e as barreiras físicas, como a cerca planejada em Águas Blancas, são vistas como uma resposta direta aos desafios de segurança enfrentados pelo governo de Milei, que busca estabelecer um controle mais rígido nas áreas fronteiriças para enfrentar crimes transnacionais e proteger a soberania do país.

Essas medidas também refletem uma mudança na política de segurança interna da Argentina, que, nos últimos anos, tem enfrentado desafios crescentes relacionados ao crime organizado e à violência nas fronteiras, especialmente em regiões como o norte do país, onde há uma forte presença de grupos criminosos envolvidos no tráfico de drogas e no contrabando.

Enquanto o governo argentino segue com seus planos, as relações diplomáticas com os países vizinhos, especialmente com a Bolívia, continuarão a ser um tema sensível, e o sucesso das novas políticas dependerá de um equilíbrio entre o controle interno e a manutenção de boas relações com as nações vizinhas.

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