Trabalhadores do transporte coletivo de Foz podem deflagrar nova greve



Os trabalhadores do transporte coletivo urbano de Foz do Iguaçu poderão deflagrar, no próximo dia 11 de setembro (sábado), uma nova paralisação das atividades. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Transporte Rodoviário (Sitrofi), Dilto Vitorassi. A categoria diz não estar recebendo o salário integral no quinto dia útil do Mês. A decisão sairá de uma assembleia geral nesta sexta-feira (3).

A mais longa paralisação do transporte coletivo urbano de Foz do Iguaçu foi encerrada no início de julho (a mobilização teve início em 13 de abril), após um acordo mediado pela Tribunal Regional do Trabalho (TRT) com a categoria, o consórcio que opera o serviço e a Prefeitura. A suspensão daria prazo para município e empresas encontrar uma forma de encerrar o contrato firmado em 2010 e que vai até 2025.

Os trabalhadores iriam receber o salário integral sempre no quinto dia útil do mês. De acordo com Vitorassi, o consórcio não tem cumprido esta parte do acordo. "Estamos com uma perda salarial de 31%, mesmo assim, todo quinto dia útil do mês, as empresas depositam 30% do salário e o restante é diluído nos demais dias do mês", disse ressaltando as dificuldades para um planejamento ao receber nestas condições.

Para o presidente do Sitrofi, é capaz das empresas acharem que os trabalhadores é que são culpados e não podem fazer greve. "O direito de greve é inalienável e a gente vai fazer sempre quando precisar e já está marcado para o dia 11, por que achamos que vão atrasar o salário de novo", adiantou.


Dissídios

Vitorassi acredita que o desembargador do TRT, Célio Waldraff, tendo em vista que as empresas e a Prefeitura não se entendem acerca do contrato, "que poderá ser por quilômetro rodado", deve julgar o dissídio da categoria, atrasado por dois anos. "Enquanto não chegam a uma solução, quem sofre com as consequências são os usuários e trabalhadores".

A categoria pede a renovação dos acordos trabalhistas 2020/2021 e 2021/2022 com reposição salarial de 11% e reescalonamento da dívida das empresas com cestas básicas e salários atrasados até maio do próximo ano.


Discussões

Sobre as negociações, Vitorassi informou que as empresas passaram a exigir que a Prefeitura diga de que forma irá pagar o passivo, no caso os prejuízos devido à redução no número de usuários com as medidas restritivas para conter a propagação do coronavírus (covid-19). O município, na avaliação dele, agiu de forma correta, cobrando primeiro que a comissão de auditoria apresente o passivo das empresas.

"Depois de apresentado (o passivo), não poderá ser discutido este ano, por que não tem orçamento em 2021 para discutir qualquer tipo de pagamento", analisou o presidente do Sitrofi. Nas negociações, com acompanhamento da categoria, a Prefeitura deixou claro que se as empresas se sentirem prejudicadas, podem procurar o Judiciário, "que não há problema nenhum".

"A Prefeitura sempre deixou claro isto para eles", reforçou Vitorassi. A questão, ainda de acordo com ele, é que de um lado existe a ansiedade para consertar o transporte coletivo urbano e de outro tem alguém com a necessidade de levantar dinheiro para saudar compromissos. 

"Então, os interesses são bem antagônicos, mas teremos mais problemas nos próximos dias", reforçou Vitorassi, destacando que a decisão sobre uma nova greve, ou não, será decidida pelos trabalhadores em assembleia geral amanhã.


Serviço

O transporte coletivo de Foz do Iguaçu é operado pelo Consórcio Sorriso, que reúne as empresas Viação Cidade Verde, Expresso Vale do Iguaçu e Transportes Urbano Balan. Com a suspensão da greve, dia 1º de julho, o serviço voltou a ser oferecido em condições semelhantes de antes da paralisação, quando 70 ônibus estavam operando, devido a pandemia. Antes da emergência sanitária eram 158 veículos.

A reportagem procurou o Consórcio Sorriso para se manifestar sobre o tema, mas não obteve resposta até o fechamento da edição. Durante a greve, as empresas emitiram nota classificando o movimento grevista de "injustificado", uma vez que ocorreu em meio a negociação salarial, aumentando os "prejuízos para a população neste momento de pandemia e crise econômica". 


Fonte: Gdia

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