Dados da Receita Federal revelam que, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, um celular é confiscado a cada minuto. Entre janeiro e agosto deste ano, foram apreendidos impressionantes 435 mil aparelhos. Esta cidade, situada na tríplice fronteira do Brasil, Argentina e Paraguai, se tornou um ponto crítico para a fiscalização de mercadorias ilegais.
O galpão da Receita Federal em Foz do Iguaçu, considerado o maior depósito de pequenos volumes do país, está abarrotado com essas apreensões. Atualmente, o valor total dos itens acumulados ultrapassa R$ 430 milhões, representando o maior volume registrado nos últimos cinco anos. De acordo com a Receita, essa elevação nas apreensões é, em parte, atribuída ao período eleitoral, que restringiu a destinação de mercadorias apreendidas.
César Vianna, delegado chefe da Receita Federal, explicou que dois fatores principais contribuíram para esse aumento: a intensificação das operações de fiscalização e a melhoria nas estratégias de abordagem. Ele destacou que a situação foi agravada pelas limitações impostas pelas eleições, que restringiram as doações de produtos apreendidos.
Nos primeiros oito meses deste ano, a Receita Federal já confiscou mercadorias no valor de mais de R$ 140 milhões. Entre os itens mais notáveis, estão as garrafas de bebidas, cuja apreensão alcançou 3,3 milhões de unidades, um número que representa três vezes o total apreendido durante todo o ano anterior.
Diante desse acúmulo de mercadorias, as autoridades têm buscado soluções para administrar o espaço limitado. Além dos dois depósitos na alfândega local, a Receita está utilizando 39 contêineres e oito caminhões como depósitos improvisados, todos já lotados com os produtos apreendidos.
Apesar do volume significativo de apreensões, a Receita Federal acredita que a maioria dos produtos ilegais que tenta entrar no país pela fronteira ainda consegue chegar ao seu destino final. "Estima-se que, mesmo com o aumento da fiscalização, conseguimos abordar apenas cerca de 5% do fluxo de pessoas e veículos que cruzam a Ponte da Amizade. Para aumentar nossa eficiência, precisaríamos de mais recursos humanos, mas, com o que temos e com o uso de ferramentas de inteligência, conseguimos ser bastante eficazes em nossas abordagens", comentou Vianna.
Essa realidade em Foz do Iguaçu ressalta não apenas os desafios enfrentados pelas autoridades na luta contra o contrabando, mas também a complexidade do tráfico de mercadorias na região da fronteira.
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