A prefeitura negou o pedido de reajuste da tarifa do transporte coletivo feito pelas empresas que operam o serviço em Foz do Iguaçu. O Município argumenta que o aumento no valor da passagem leva em conta o sistema completo, o que não ocorre desde o início da pandemia, quando foi reduzido o número de ônibus nas linhas e itinerários do sistema.
O Consórcio Sorriso, que reúne as três empresas do transporte, pede um aumento de 22% na tarifa. Nesse caso, a tarifa passaria de R$ 4,1 para R$ 5. De acordo com o contrato, o reajuste deve ser dado no mês de setembro. Porém, como a prefeitura está contestando, até o momento a passagem segue com o valor atual.
A prefeitura deve formalizar nos próximos dias a caducidade do contrato com o consórcio firmado em 2010. O pedido é a primeira decisão tomada pelo gestor do contrato depois de processo administrativo aberto em junho deste ano. "O morador de Foz do Iguaçu tem que ser tratado com dignidade por um sistema de transporte eficiente e de qualidade", diz o prefeito Chico Brasileiro (PSD).
Entre os itens citados por ele estão o cumprimento de horários, itinerários e um número suficiente de ônibus que evitem superlotação. "Com o sistema atual, o iguaçuense acaba pagando a conta duas vezes, na tarifa e nos prejuízos", ressaltou.
As empresas, conforme o atual contrato, são responsáveis pela operação e manutenção das linhas até 2025, mas o reiterado descumprimento das obrigações pactuadas motivou o pedido do gestor do contrato pelo fim do mesmo.
Menos ônibus
Entre as irregularidades levantadas pelo processo administrativo está a retirada de circulação de 54 veículos, sem a anuência do Município. As empresas também descumpriram os decretos e normativas de prevenção aos casos de covid-19, principalmente em relação à capacidade máxima de passageiros por veículo.
Pesquisa com usuários, feita pela Prefeitura e Foztrans, apontou que 70% estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o serviço. Em relação à frequência dos ônibus, 42,1% estão insatisfeitos e 23,1% muito insatisfeitos. Sobre a lotação, 65,4% responderam que na maioria das vezes os ônibus estão muito ocupados e 19,7% disseram que estão ocupados em excesso.
Na pesquisa, 74,8% das pessoas que atualmente não utilizam o transporte coletivo declararam que voltam a usá-lo, caso houvesse melhora nas condições do sistema. Na defesa ao processo administrativo, o consórcio alegou que, devido à pandemia da covid-19, sofreu prejuízos financeiros por conta da redução da demanda.
As empresas têm até a próxima semana para responder ao processo de caducidade da concessão, informou o secretário da Transparência e Governança, José Elias Castro Gomes. A demanda de passageiros atual é de 37 mil por dia e mesmo assim, o consórcio não ampliou o número de ônibus nas linhas operadas e também em horários de pico.
Fonte: Gdia
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