A contribuição do professor de apoio pedagógico numa perspectiva inclusiva é o tema de uma formação realizada nesta terça-feira (26) pela Diretoria de Educação Especial da Secretaria Municipal da Educação. O curso reúne cerca de 120 professores do Ensino Fundamental em plataforma on-line e trata especificamente do atendimento a alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com comorbidades e outras deficiências de natureza sensorial, intelectual e física.
A proposta, conforme explicou a diretora de educação especial, Gisele Amâncio, é refletir e orientar sobre as atribuições do professor de apoio na unidade escolar, além de compreender particularidades no comportamento destes alunos.
“O objetivo dessa formação é levar conhecimento científico e as vivências da educação inclusiva, entender a importância do trabalho colaborativo entre professor regente e professor de apoio, e principalmente, a importância da adaptação e da flexibilização curricular, da afetividade e da rotina para os alunos com TEA e outras deficiências”, explicou.
O curso, que integra o Projeto de Formação Continuada da Secretaria de Educação, é ministrado pela pedagoga Daniela Fonseca da Silva, mestre em ensino e especialista em educação especial inclusiva com ênfase em alfabetização de alunos com transtornos de neurodesenvolvimento e pelo professor pedagogo Jean Carlos Gonzaga, especialista em educação infantil com ênfase em alfabetização e atendimento educacional especializado.
Afetividade
O curso abordou a afetividade como o primeiro passo a ser dado pelo professor para conhecer o aluno e sobre como lidar com as estereotipias - as repetições e rituais que podem ser linguísticos, motores e até de postura “Tudo começa pela afetividade, olhar humanizado e respeito. Observar o aluno para entender suas demandas, interesses e as atividades que ele gosta de fazer e inclusive suas dificuldades”, disse o professor Jean Carlos Gonzaga.
“Diante das estereotipias, o professor deve redirecionar a atenção do aluno, falar baixo, manter o contato visual, corrigir ensinando, não reprimindo. Existem várias formas de corrigir alguém, de forma que possa estar construindo; disciplinar e não imobilizar o aluno. Ele precisa confiar no professor. Por fim, o professor deverá investigar as atitudes disruptivas a fim de descobrir as causas”, reiterou o especialista.
Segundo ele, a escola e o professor precisam conhecer a realidade do aluno para que ele possa produzir e ter sua autonomia. A pedagoga Daniela abordou também o perfil do professor de apoio, o trabalho colaborativo entre os educadores, os encaminhamentos pedagógicos, as flexibilizações e diferenciações curriculares e a rotina do atendimento para esse público. “Sempre temos que buscar os sinais dos alunos, o que essa criança quer me dizer e trabalhar de forma tranquila para que ela possa caminhar para a autonomia”, complementou.
A formação desta terça-feira foi específica para professores de apoio do ensino fundamental, que trabalham com alunos do 1º ao 5º ano. Os professores da Educação Infantil, dos CMEIs, receberam a formação no dia 15 de outubro, de forma presencial.
A rede municipal de ensino tem hoje 193 crianças com TEA no ensino fundamental e 221 na educação infantil. Com outras deficiências são 224 alunos no ensino fundamental e 47 na educação infantil.
Fonte: Assessoria
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