Sindicatos, movimentos sociais e entidades estudantis de Foz do Iguaçu organizam paralisação, na próxima quarta-feira, 18, integrando a agenda da greve nacional convocada por centrais e confederações de trabalhadores. Na cidade, o movimento – coordenado pela Unidade Sindical e Popular – se concentrará em frente ao Boque Guarani, às 16h.
A mobilização vem sendo preparada desde o início deste ano. A preservação do serviço público e a garantia de direitos sociais e trabalhistas estão entre as principais pautas da greve. Geração de emprego, educação pública e democracia também fazem parte das reivindicações.
Em assembleia, categorias profissionais das redes municipal e estadual de educação (escolas e centros de educação infantil), da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) aprovaram a participação na paralisação. Sindicatos de trabalhadores do setor privado e estudantes compõem o movimento.
De acordo com o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez, o governo federal pretende novamente mudar a Constituição Federal para reduzir salários de servidores públicos, acabar com fundos e congelar reposições salariais. “Essa anunciada reforma administrativa é contra os servidores e os serviços públicos para a população”, enfatiza.
Conforme o integrante da Unidade Sindical e Popular, moradores de bairros populares de Foz do Iguaçu e trabalhadores do setor informal estão sendo convocados para a greve. “Em tempos de crise, dólar alto e ataque ao orçamento da área social, quem mais sofre é a população de renda menor”, aponta Diego.
Emprego
O Brasil tem 11,9 milhões de trabalhadores desempregados, segundo estimativas oficiais. As chamadas reformas da legislação trabalhista e da Previdência não geraram emprego nem fizeram o país crescer, como foi prometido, afirma Valdez. Inúmeras famílias encontram no trabalho informal ou precarizado a forma de sobrevivência.
“Os cortes no orçamento são sucessivos para o governo favorecer pagamento da dívida pública aos bancos. A economia não cresce, não há geração de emprego, e o consumo cai, amplificando ainda mais a crise”, reflete Diego Valdez. “O país está em uma roda viva, mas quem é gravemente atingido são os trabalhadores e os desempregados.”
Educação como prioridade
A educação ocupa parte importante da agenda da mobilização na próxima quarta-feira, dia 18 de março. Orçamento para universidades públicas investirem em ensino, pesquisa e extensão, assim como o respeito à autonomia universitária, são algumas demandas das instituições de ensino superior.
A aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) como permanente, prevendo mais recursos, também está entre os temas da paralisação. Se o fundo não for mantido e não tiver garantido o devido orçamento, a rede básica de ensino não terá condições de financiamento já no próximo ano.
Cumprimento da lei nacional do piso salarial no Paraná, garantia para que nenhum funcionário de escola receba menos do que o salário mínimo regional, perícia decente e melhorias da saúde do servidor estão entre as pautas estaduais. Somam-se a elas a defesa do emprego de professores temporários (PSSs) e a abertura de concurso público.
Fonte: Rádio Cultura
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